Justin Muilu Pila, Thierry Matonda Ma Nzuzi, Henri Mukumbi Masangu, Adelin N'Situ Mankubu, Abraham Mifundu Bilongo, Magloire Mpembi Nkosi, Valentin Ngoma Malanda, Gilbert Mananga Lelo, Lievin Kapend A Kalala e Samuel Mampunza Ma Miezi
Enquadramento : A divulgação do estatuto serológico é pouco atual no atendimento às Pessoas que Vivem com VIH/SIDA (PVHA) em Kinshasa, na República Democrática do Congo, uma vez que esta prática influencia a Qualidade de Vida (QV).
Objectivo : Valorizar a qualidade de vida das PVHA em regime de HAART tendo revelado ou não o seu estatuto serológico em Kinshasa, República Democrática do Congo.
Métodos : A escala de qualidade de vida, MOS SF-36, foi utilizada num inquérito transversal, descritivo e analítico de 8 de dezembro de 2014 a 6 de março de 2015 por 677 doentes acompanhados na AMO-Congo, PODI Est e Centro. As variáveis de interesse foram os dados sociodemográficos e a divulgação do estado serológico. Estes dados foram analisados pelo SPSS 21. O teste Qui-quadrado permitiu avaliar as associações próximas da significância estatística de p ≤ 0,05.
Resultados : A idade média dos sujeitos foi de 47,46 anos ± 10,21. O sexo feminino predominou com 76%, numa proporção sexual de 3F/1M. 75% das PVHA tiveram fraca QDV. 64% não revelaram o estado serológico. 71% das PVHA eram solitárias, 97% eram instruídas e 60% frequentavam igrejas independentes.
Verificou-se uma associação significativa entre a qualidade de vida por um lado e por outro, a idade (p=0,018), o sexo (p<0,001), o estatuto matrimonial (p<0,001) e a divulgação do estatuto serológico (p=0,006 ).
Conclusão : As PVHA sob HAART em Kinshasa têm uma fraca qualidade de vida. Este está ligado à não divulgação do estatuto serológico, à idade avançada, ao sexo feminino e à solidão.