Andrew W. Taylor-Robinson
Nos primeiros meses de 2016, a infeção pelo Zika está a atrair uma considerável atenção dos meios de comunicação social a nível mundial e a propagação de desinformação talvez tenha causado, compreensivelmente, alarme público. Num momento pouco antes de os olhos do mundo se virarem para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o vírus Zika tem uma forte suspeita de ligação causal com mais de 4.000 casos recentes de microcefalia entre recém-nascidos no Brasil. Além disso, o Zika propagou-se rapidamente por mais de 25 países da América Latina e, com o aumento da globalização e numa era de viagens internacionais em massa, é incerto onde poderá estabelecer-se a seguir. É bem possível que esta epidemia se estenda até à América do Norte, Europa e Austrália, continentes que actualmente não são afectados, excepto num caso clínico ocasional de um viajante que regressa de uma área endémica. Contudo, nestes países mais desenvolvidos a transmissão local da infecção deve ser contida através da adesão a medidas robustas existentes para suprimir os mosquitos, que incluem o Aedes spp. vetor de transmissão. Assim, existe um potencial limitado para o Zika atingir proporções epidémicas nos países industrializados actualmente não afectados.