Aileen DM Divinagracia-Alban e Clavel Macalintal
Contexto: A miocardite eosinofílica é um subtipo raro e pouco reconhecido de miocardite. Os sinais e sintomas são inespecíficos, muitas vezes imitando outras doenças, levando a um diagnóstico tardio e, às vezes, incorreto. Esta doença pode ser autolimitada, no entanto, se não for detectada precocemente, pode progredir para um resultado fatal.
Apresentação do caso: Uma mulher de 33 anos, sabidamente asmática, foi internada devido a dor torácica recorrente, dispneia e dor abdominal. Os ECGs mostraram elevação transitória do segmento ST. As enzimas cardíacas, leucócitos e contagens de eosinófilos estavam significativamente elevadas. O angiograma coronário foi normal. O ecocardiograma 2D mostrou hipertrofia concêntrica com hipocinesia segmentar, FE do VE normal, regurgitação mitral grave, com sinais de disfunção diastólica. A ressonância magnética cardíaca mostrou edema miocárdico difuso leve e realce subendocárdico irregular. Após o início da terapia com esteroides, houve melhora drástica nos sintomas e na eosinofilia periférica. O ecocardiograma 2D repetido após vários meses foi normal. A descontinuação precoce dos esteroides resultou na recorrência de eventos cardíacos.
Conclusão: A miocardite eosinofílica, embora incomum, deve ser considerada como diagnóstico diferencial em pacientes com sintomas semelhantes aos da síndrome coronariana aguda, histórico de asma e alergias, angiograma coronário normal, com ou sem eosinofilia periférica. Um ecocardiograma e uma ressonância magnética cardíaca podem dar suporte ao diagnóstico, no entanto, a biópsia endomiocárdica continua sendo o padrão ouro. O reconhecimento rápido e a terapia imediata com esteroides são chaves importantes no tratamento dessa doença rara.