Ewing GW
O autor lança um olhar crítico sobre a medicina moderna e sobre o conjunto de pressupostos em que assenta o paradigma biomédico predominante. Os muitos testes utilizados para caracterizar uma condição médica baseiam-se no pressuposto de que um único processo patológico pode ser utilizado como uma medida precisa de um processo patológico, mas é cada vez mais reconhecido que a maioria das condições médicas são poligenómicas, multissistémicas e multi-sistémicas. Assim, os vários medicamentos utilizados para tratar uma condição médica e que se baseiam no pressuposto, muitas vezes erróneo, de que a supressão ou mascaramento de um único processo patológico, de forma a tratar os sintomas de disfunção, não têm em conta que o mecanismo complexo por que o cérebro regula o sistema nervoso autónomo e, portanto, que o tratamento dos sintomas de uma patologia com um medicamento muitas vezes pouco influencia a causa fundamental da doença, com a consequência de que outras patologias surjam no devido tempo. Aqui citamos Brenner “Algumas pessoas sugeriram que podemos mudar o genoma para se adequar a este novo ambiente”. Mas isto é flagrantemente ridículo neste momento. Outra solução é corrigir o fenótipo, que é a essência da medicina moderna. Mas a verdadeira alternativa é enfrentar o ambiente e ajustá-lo sempre que possível para fazer face aos problemas de saúde que surgem da má adaptação.