Journal of HIV & Retro Virus Acesso livre

Abstrato

Empoderamento das mulheres e a sua vulnerabilidade ao VIH na Índia: Evidência do NFHS-4

SKSingh, Bhawana Sharma, Deepanjali Vishwakarma

Ao longo dos anos, têm surgido cada vez mais provas de uma redução contínua da disparidade de género nas novas infecções por VIH. Pode dever-se principalmente ao mau estatuto das mulheres, à falta de controlo sobre a sexualidade e aos fracos direitos reprodutivos e sexuais entre as mulheres. Este artigo utiliza os dados de duas rondas do Inquérito Nacional de Saúde Familiar (NFHS-3 e 4), versão indiana dos Inquéritos Demográficos e de Saúde (DHS). Os resultados mostram que, apesar do aumento do empoderamento das mulheres na Índia, medido com indicadores nomeadamente a propriedade de bens familiares, incluindo casa/terreno, ter conta bancária/poupança separada e possuir um telemóvel, o conhecimento abrangente do VIH/SIDA, um meio de reduzir a vulnerabilidade das mulheres ao VIH/SIDA não melhorou significativamente. O estudo afirma ainda que o nível de violência conjugal foi reduzido em quase 20 por cento no NFHS-4 em comparação com o NFHS-3. A prevalência da participação das mulheres nas decisões domésticas aumentou em todos os estados em relação à última ronda. Existe uma ampla sensibilização entre as mulheres relativamente ao uso do preservativo como protecção contra o VIH, mas o conhecimento abrangente sobre o VIH/SIDA entre as mulheres está abaixo do nível esperado. A relação entre o empoderamento das mulheres e a contracção das infecções por VIH tem sido aceite em todo o mundo. Contudo, as evidências recentes do NFHS 4 não apoiam uma associação pronunciada entre o empoderamento das mulheres e o uso consistente do preservativo em relação à prevalência do VIH. A relação parece ser espúria em estados indianos conhecidos com elevada prevalência de VIH, como Andhra Pradesh, Maharashtra, Manipur e Karnataka. Por conseguinte, todos os programas destinados a reduzir o ritmo da epidemia do VIH, centrados na redução da vulnerabilidade das mulheres ao VIH/SIDA, não devem centrar-se apenas no empoderamento geral da mulher, mas devem existir programas específicos de sensibilização e capacitação que abordem o conhecimento abrangente e a promoção do preservativo entre as mulheres.

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