Angela Testi, Naleef Fareed, Yasar A Ozcan, Elena Tanfani
ContextoNa maioria dos sistemas nacionais de saúde, especialmente quando é fornecida cobertura universal, os médicos de família actuam como guardiões, porque a maioria dos serviços de saúde só são prestados se houver uma prescrição formal fornecida por um médico de cuidados primários. Embora o consumo de recursos de saúde seja iniciado por prescrições provenientes de médicos de família, os estudos que avaliam o seu desempenho, especialmente aqueles que utilizam uma metodologia consolidada (por exemplo, qualidade e eficiência), são limitados na literatura. O objetivo específico deste artigo é propor um método para avaliar o desempenho dos cuidados primários. MétodosA novidade do modelo proposto é dupla. Primeiro, o desempenho do médico é avaliado seguindo um percurso clínico que se centra em grupos homogéneos de doentes, neste caso, doentes com diabetes. Em segundo lugar, defendemos que o desempenho não se deve limitar à eficiência, mas deve abranger a eficácia clínica. A avaliação do desempenho não se baseia na prática médica como um todo, mas sim numa única doença, neste artigo, a diabetes. Os dados foram recolhidos de uma amostra de consultórios médicos de família em Itália, e a Análise Envoltória de Dados (DEA) é utilizada para avaliar o seu desempenho de eficiência. Resultados Verificámos que 35 das 96 práticas eram eficientes com base no modelo DEA padrão. O número de práticas eficientes diminuiu com base em três modelos restritos que exploraram diversas preferências comportamentais dos médicos em relação às visitas aos doentes, à administração de medicamentos e às referenciações para hospitais. ConclusãoA avaliação da eficiência é completada por uma avaliação post-hoc da efetividade, que neste estudo é definida como a adesão do doente às guidelines prescritas. Este estudo identificou as melhores práticas tanto em termos de eficiência como de eficácia. Os métodos utilizados neste artigo são generalizáveis e podem ser aplicados a muitas outras condições crónicas, que podem constituir as atividades prevalentes nos cuidados primários.